domingo, 10 de agosto de 2025

ESTAMOS VENDO O PRIMEIRO GRANDE DUELO ENTRE SOBERANIA NACIONAL E GOVERNANÇA DAS CORPORAÇÕES

celso rocha de barros
XANDÃO ESTÁ 100% CERTO
Alexandre de Moraes está obviamente certo em decretar a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro.

Bolsonaro não foi preso porque tentou um golpe de Estado depois de perder a eleição de 2022. Esse processo ainda está em andamento. Bolsonaro só deve ser preso por isso depois de condenado.

Foi preso agora noutro inquérito, instaurado porque Jair cometeu, com seus cúmplices Eduardo e Donald, a mais clara e evidente tentativa de obstrução de Justiça da história moderna. 

Isto porque a maior superpotência do mundo tomou a economia brasileira como refém até que o Judiciário brasileiro aceite entregar para os Estados Unidos o direito de dizer que leis valem ou não valem em nosso território.

É como se o Primeiro Comando da Capital parasse São Paulo para exigir a libertação de Marcola, em um cenário em que o PCC tivesse armas nucleares, um PIB de US$ 30 trilhões e tivesse começado a queimar as empresas brasileiras com os funcionários dentro. (por Celso Rocha de Barros, doutor em sociologia pela Universidade de Oxford, na Inglaterra).
celso lungaretti
o que trump quer é a livre manipulação das consciências
.
A lógica do Celso Rocha de Barros é impecável para analisar a pendenga entre Donald Trump e o governo brasileiro segundo o ordenamento jurídico da democracia burguesa,

Trata-se, contudo, de um cenário que desde a década de 1970 é contestado por autores para os quais o poder de fogo cada vez maior das corporações transnacionais na política e economia global faz delas o verdadeiro poder dominante, tornando os governos nacionais uma relíquia do passado que convém às ditas cujas preservarem para ajudar a manter as ilusões dos cidadãos comuns.

Ou seja, deixá-los esbravejando contra governos que na verdade já perderam sua autonomia real e servem apenas para mascararem a influência avassaladora das grandes corporações nas principais decisões econômicas do nosso tempo.

Então, a real motivação de Trump não seria a de defender um medíocre aliado político da pena de prisão que há muito faz por merecer, mas sim garantir que as
big techs continuem praticando sua lavagem cerebral sem quaisquer limites impostos pelos estados nacionais.  

Como a esquerda brasileira mais uma vez foi pega de surpresa e não estava nem de longe preparada para esta batalha, é normal que se defenda do ataque trumpiano global envolta na bandeira brasileira. Em termos táticos, era o que lhe restava fazer.

Mas, em termos estratégicos, é uma batalha de antemão perdida: o capitalismo, em sua fase terminal, se tornará cada vez mais agressivo e tirânico, dando solenes bananas para o direito das nações e dos povos. 

Um exemplo dos excessos que cometerá no afã de perpetuar a dominação burguesa é dado por Israel, que a cada momento se comporta mais como um odioso IV Reich do que como o país vítima do Holocausto praticado pelo III Reich.

Enquanto luta contra as pretensões hegemônicas dos EUA com as fracas armas que lhe restam, a esquerda  deveria ao menos ir preparando seus seguidores para a verdadeira luta do nosso tempo: contra o capitalismo, a favor de uma nova ordem mundial que priorize o bem comum e a liberdade plena. 

Comete erro crasso ao não o fazer. (por Celso Lungaretti)

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

UM RETRATO FIEL DOS ALOPRADOS QUE VANDALIZARAM A CÂMARA E O SENADO

antonio prata
O HORROR ACIMA DE TODOS
Eis que, por razões que fogem à razão, num dia agourento de 2018 o pior aluno da escola foi alçado ao cargo de diretor. 

Zé Peidola, que estava havia 28 anos sem conseguir passar da quinta série, tinha este apelido por conta de sua ocupação favorita: liberar gases durante as aulas. Os amigos do fundão riam muito e diziam que o Zé Peidola era mó zoeiro!

Após ser empossado, a primeira atitude do Zé Peidola foi demitir todos os professores e colocar em seus lugares os amigos do fundão. 

No lugar da Fátima, professora de física formada pela USP, entrou o Mosca, que era bom de Lego. Gilberto, de geografia, formado pela Unicamp, foi trocado pelo Horroroso, que já tinha viajado pra Disney e pra Bariloche. 
 
Chris, a professora de português, com dois livros de poesia publicados, foi trocada pelo Língua Presa porque Zé Peidola achou muito engraçado colocar alguém de língua presa para ensinar uma língua. No lugar do professor de artes não entrou ninguém, porque, segundo Zé Peidola, arte é coisa de viado. Mó zoeiro, o Zé Peidola
!

O único adulto colocado como professor foi o Teles, pra ensinar matemática. Teles tinha feito faculdade nos Estados Unidos 50 anos antes e ainda era membro de uma antiga seita que ninguém mais seguia –nem nos Estados Unidos– segundo a qual a escola não tinha que dar nenhuma orientação, era pra deixar os alunos fazerem o que quisessem e eles se entenderiam.

Depois, Zé Peidola trocou a fruta do lanche por cheetos sabor churrasco. A média para passar de ano foi de seis e meio para dois. 

Zé Peidola cortou todas as árvores do pátio e colocou no lugar televisões passando Silvio Santos. 

Na biblioteca, Zé Peidola instalou TVs passando Tom & Jerry e botou os livros para serem usados como papel higiênico. 

O laboratório ele e os amigos destruíram a marretadas, salvando só o clorofórmio pra fazer lança-perfume. Mó zoeira!
 
A escola, sob os desmandos de Zé Peidola, foi se desmilinguindo. Ninguém aprendia nada com aqueles professores.

Os bons alunos passaram a sofrer bullying. Por medo, as alunas só iam ao banheiro em bando. Um dia o Zé Peidola viu uma aluna pedindo pras amigas irem ao banheiro com ela e disse que ela não precisava ter medo porque era feia e não merecia ser estuprada. Mó zoeira!

Então, no começo do segundo ano de Zé Peidola na direção, surgiu na escola uma epidemia. O médico consultor da escola sugeriu algumas medidas profiláticas. Zé Peidola disse que quem mandava ali era ele, demitiu o médico e botou um amigo no lugar.

Os alunos começaram a morrer. Zé Peidola disse, com visível raiva das vítimas, que só morria aluno com problema de saúde. (Ele pensou, satisfeito, mas não disse, que ia morrer muito preto e pobre, também). 

Morreu um. Morreram dez. Cem. Mil. Dez mil. Quinze mil. Zé Peidola pediu pro amigo médico receitar aos doentes cheetos sabor churrasco –tinha visto no Twitter que curava a doença. O amigo recusou-se. Zé Peidola o demitiu também.

Chegou uma hora em que morriam mil por dia. Morriam sem ar. Afogados, com os pulmões inundados. Roxos. Sós. Eram enterrados sem velórios, em valas comuns. 

E os adultos –você se pergunta–, não faziam nada?! Nada. 

Aqui e ali, publicavam umas notas de repúdio e enquanto viam seus pais morrerem, seus irmãos morrerem, seus filhos morrerem, as paredes da escola ruírem e o teto desabar, diziam que não era o caso de tirar Zé Peidola da direção. Vinte mil. Trinta mil. Cinquenta mil. Cem mil? Mó zoeira! (por Antonio Prata).

Observação: republico esta crônica de 17 de maio de 2020 como reconhecimento pela fidelidade com que Antonio Prata expôs a característica fundamental do bolsonarismo: constituir-se numa invasão de bárbaros, que colocou sob holofotes o que há de pior, mais desumano e mais grotesco no Brasil atual. 

Podemos considerar tal crônica premonitória, pois foi exatamente isso que vimos no 08.01.2023 e acabamos de ver nos últimos dias. De onde saíram tantos ratos de esgoto?! (CL)

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

POUPADO DO CUMPRIMENTO DE SUA PENA INTEGRAL, HITLER INCENDIOU O MUNDO. REPETIREMOS O ERRO COM O BOLSONARO?

Hitler no tempo do putsch da cervejaria

Jair Bolsonaro gosta de projetar uma imagem truculenta, pregando o fuzilamento de um ex-presidente, agredindo um senador franzino, falando em estuprar deputada, confraternizando com motoqueiros. distribuindo medalhas de imbrochável, imorrível e incomível, etc.

Se as coisas correm mal para ele, contudo, passa a funcionar no modo Tartaruga Touche (personagem dos desenhos de Hanna-Barbera que o tempo todo se lamuriava com a frase "Oh céus! Oh tempo! Oh azar!"), apelando para a mais repulsiva vitimização.

É o caso de agora, quando exibe sua tornozeleira aos jornalistas fazendo cara de coitadinho, enquanto o filho 01 engata um chororô patético porque o pobre papai está proibido de receber a visita de outros delinquentes.

O deprimente espetáculo tem o objetivo de abrir caminho para uma nova tentativa de virada de mesa institucional ou, ao menos, o de garantir ao Bolsonaro a continuação como chefão da extrema-direita (tal posição encontra-se fortemente ameaçada pelos concorrentes que não estão proibidos de disputar a eleição de 2026).

Difícil mesmo é encontrarmos justificativa para a pressão desvairada dos ratos de esgoto bolsonaristas, desde que passaram a apoiar-se nos músculos postiços que Donald Trump lhes forneceu, a favor de uma anistia ou indulto para o Hitler em miniatura que veneram.

Primeiramente porque Bolsonaro está soterrado sob uma montanha de provas e depoimentos que não deixam qualquer dúvida quanto ao fato de que ele comandou uma tentativa de autogolpe para manter-se na presidência da República após a derrota nas urnas em 2022. 
Bolsonaro na motociata, certo de estar agradando.
Parecia membro do conjunto Velhinhos Transviados
Depois porque nosso Poder Executivo, que Trump quer porque quer forçar a uma rendição ultrajante, não tem brecha legal nenhuma para libertar Bolsonaro enquanto ele continuar réu primário apesar do rosário de crimes que cometeu. Anistia ou indulto só poderão ser utilizados para interromper o cumprimento da sua pena quando ele já tiver sido condenado.

Então, o demencial tarifaço do Bolsonaro dos EUA, além de flagrantemente ilegal, é gratuito, porque o chantageado não tem como pagar o resgate cobrado pela bandidagem, qual seja a libertação do Trump do Brasil.

E, se houvesse como Lula atender aos chantagistas, seria justificável ceder a eles para evitar retaliações econômicas?

Muito politico sem noção e comentarista de internet sem caráter prega que se passe pano para Bolsonaro. Foi o que fez a Justiça de Munique com Hitler, preso como um dos líderes do putsch da cervejaria em novembro de 1923 e condenado a cinco anos de prisão. 

Libertou-o, contudo, em dezembro de 1924, aparentemente por considerar que cerca de 2 mil fanáticos, tentando controlar uma única cidade pela força, estavam muito longe de poderem conquistar o poder em toda a Alemanha. 

Da mesma forma, a defesa dos golpistas do 08.01 alega que a vandalização dos prédios dos Poderes num domingo não significaria o sucesso do autogolpe. 

Ora, em ambos os casos havia um plano meticulosamente elaborado e executado, incluindo forte pressão sobre autoridades, expostas até a humilhações, na tentativa de fazer com que traíssem seus deveres e passassem a apoiar a intentona.

Em Munique, inclusive, travaram-se tiroteios, com a morte de 16 nazistas e 4 policiais.
Quantos milhares de brasileiros terão morrido por
crerem que qualquer pajelança substituía vacina?
 

O xis da questão, contudo, é que a generosidade da corte de Munique concedeu a Hitler quase quatro anos para ele liderar a mudança de estratégia dos nazistas, que desistiram de tomar o poder por levantes armados e passaram a nele infiltrar-se mediante mandatos conquistados nas urnas, distorcendo-o por dentro até subjugá-lo totalmente.

Nos 13 meses em que permaneceu preso sem muito rigor, Hitler criou o livro que norteou a mudança de estratégia, Mein Kampf.

E pôde em seguida, nos quase quatro anos em que deveria ter permanecido preso, adequar o Partido Nazista para o novo papel que desempenharia na década de 1930, quando não só se tornaria o führer da Alemanha, como conquistaria total ou parcialmente várias pequenas nações mediante blefes, intimidações e demonstrações de força, para depois, com a segunda guerra mundial já declarada, estender seu domínio até à França.

Tivesse ele cumprido pena integral, haveria outro líder que concebesse e concluísse com tamanho êxito tal metamorfose do Partido Nazista? Jamais saberemos.

Como não sabemos que consequências trará uma eventual magnanimidade com relação a Jair Bolsonaro, cujos crimes são mais do que suficientes para garantir sua condenação ao máximo que a lei brasileira permite: 30 anos de prisão. 
A conquista da França teria sido tão fácil se Hitler
não fosse libertado após cumprir 1/5 de sua pena?

Mesmo levando-se em conta algumas reduções de pena possíveis, dará para termos certeza de que, mesmo que venha a ser longevo, voltará às ruas como um idoso inofensivo.

Já Hitler voltou às ruas como um personagem crucial para que a humanidade sofresse os horrores da segunda guerra, na qual morreram entre 70 e 85 milhões de pessoas. (por Celso Lungaretti)

terça-feira, 5 de agosto de 2025

O BOZINHO FOI MUITO MALCRIADO E AGORA ESTÁ DE CASTIGO. BEM FEITO!

...A MEDALHA DE "IMBROCHÁVEL, IMORRÍVEL
INCOMÍVEL" VAI PARA XANDÃO SEM
MEDO, O DOMADOR DE BUFÕES!
 
"Eu assisti de camarote o teu fracasso, palhaço!  No livro
de registros desta vida, numa página perdida o teu nome
há de ficar. Registram-se os fracassos, esquecem-se os
palhaços e o mundo continua a gargalhar"

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

37 MIL "PATRIOTAS" DESFILARAM PELA AVENIDA PAULISTA ERGUENDO BEM ALTO AS BANDEIRAS DA PÁTRIA DE SUA DEVOÇÃO

Quem são piores, os que carregam bandeiras alheias...
quarto ato público ultradireitista realizado em 2025 na avenida Paulista registrou uma pequena reversão na tendência de esvaziamento que vinha se configurando nos três anteriores:
* no dia 25 de fevereiro protestaram 285 mil fanáticos delirantes;
* em 6 de abril, 44,9 mil;
* em 29 de junho, 12,4 mil;
* neste domingo, 3 de agosto, 37,6 mil.

Os números não assustam. Percebe-se que os os novos totalitários bateram no fundo do poço em fins de junho e parte deles agora inicia uma tentativa de volta à superfície. 

Mas, não passam de 13,2% do contingente de fevereiro, pouco mais de um sétimo daqueles bovinizados que menos de seis meses atrás queriam ver o Brasil transformado numa Alemanha nazista.

Mesmo assim, nosso país não pode assistir indiferente a uma manifestação em favor de uma nação estrangeira que o trata como inimigo, quer causar-lhe grande prejuízo econômico e impor-lhe sua vontade na marra, forçando-o a não  punir indiscutíveis criminosos contra os quais acumulou uma verdadeira montanha de provas e depoimentos.
...ou os que batem continência para elas?
Se estivéssemos em guerra contra os EUA, esses traidores da pátria deveriam ser fuzilados como quinta-colunas.

Como é só o também golpista Donald Trump que está em guerra contra a ordem constitucional brasileira (pois canalhas dessa laia se atraem), caberia ao menos a imediata prisão dos líderes desses atos públicos que tentam convencer brasileiros à rendição face aos estrangeiros que os retaliam e enviam ultimatos insultuosos.

Quanto a Jair Bolsonaro, ficou evidenciada a sua intenção de desmoralizar a Justiça e a nação brasileiras, não restando a Alexandre de Moraes outra opção que não a de ordenar a sua imediata prisão.

Não numa solitária imunda como aquela em que a ditadura da qual Bolsonaro é tão nostálgico me manteve em 1970, só de cueca, com sangue e pus escorrendo do meu tímpano estourado, sem sequer uma torneira, muito menos qualquer coberta para as madrugadas geladas. 

Pode ser num confortável quarto como aquele destinado a Adolf Hitler após o fracasso do putsch da cervejaria, desde que Bolsonaro não insista em continuar insuflando golpes de estado mesmo no cativeiro. 
Fazem a saudação nazista? Que parece, parece...

Em troca dos privilégios que recebia, seu antecessor famoso se resignou  ao silêncio durante os nove meses de prisão que cumpriu.

Se o Jair  soubesse escrever, poderia até produzir sua versão do Mein Kampf. Mas isto seria pedir demais a tão medíocre personagem...
(por Celso Lungaretti)

domingo, 3 de agosto de 2025

NUNCA DEIXE PARA AMANHÃ O PROCESSO CONTRA TORTURADORES E GOLPISTAS QUE VOCÊ PODE ABRIR HOJE

Darín é o promotor Strassera em Argentina, 1985
P
or que, depois de assistirmos em janeiro de 2023 ao filme O golpe flopado dos palhaços, estamos vendo agora uma sequela, O golpe flopado dos palhaços 2 - O Império contra-ataca?

Porque não tivemos culhões para para resolver logo este assunto, ao contrário dos hermanos argentino. Eles não ficaram esperando a Justiça cair do céu:
— Raúl Alfonsin tomou posse em 10 de dezembro de 1983 como o primeiro presidente constitucional após a ditadura militar que durou de 1976 a 1983; 
— em 13 de dezembro de 1983 assinou o decreto 158, que deu início ao processo judicial contra os criminosos dos porões do período ditatorial;;
— dois dias depois foi instituída a Conadep - Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas
— o julgamento começou em 22 de abril de 1985 e as audiências duraram até agosto de 1985, tendo sido ouvidas 839 testemunhas em cerca de 530 horas de audiências até o dia 9 de dezembro de 1985, quando se deu o anúncio da sentença (quatro chefes militares foram absolvidos e cinco condenados);  
— dentre os condenados estavam os principais responsáveis pelo terrorismo de estado, o presidente Jorge Rafael Videla e o almirante Emilio Massera, que comandara o pior centro de torturas argentino (ambos pegaram prisão perpétua com destituição das Forças Armadas).

Reparem que apenas dois anos após a posse de Alfonsin  os carrascos mais poderosos já começavam a pagar por seus crimes. 
Massera (esq.) e Videla viram o sol nascer quadrado
Aqui no Brasil, dois anos e meio depois da vandalização da sede dos Poderes, só os lambaris cumprem pena, enquanto os tubarões conspiram com um governo estrangeiro para evitar a prisão do líder indiscutível da tentativa de autogolpe mediante uma absurda chantagem contra as exportações brasileiras.

Houve resistência das viúvas da ditadura contra a determinação do governo de fazer cumprir a lei? Houve e o filmaço Argentina, 1985, de Santiago Mitre, dá uma boa ideia de como foi difícil superá-la 

Um grande mérito do promotor Julio César Strassera, interpretado por Ricardo Darín, foi começar a apuração pelos maiores culpados, ao contrário do que fez nosso Supremo Tribunal Federal, dando tempo para os vencidos se reagruparem. Então, aqui estão esperneando como nunca e até traindo a pátria no desespero de safarem-se da prisão anunciada..

Argentina, 1985 pode ser visto no streaming da Prime Vídeo. Na linha, p. ex., dos clássicos de Costa-Gravas  como Z e Desaparecido - Um grande mistério, vale muito a pena. 

Felizardos são os argentinos, que podem orgulhar-se de como derrotaram os assassinos a soldo do poder, enquanto os filmes daqui, para nossa imensa vergonha, são exatamente o contrário, mostrando como os congêneres nacionais continuam impunes 40 anos após o fim da ditadura militar, tendo sido condenados apenas em ações civis, sem que nem um único deles cumprisse pena de prisão. (por Celso Lungaretti)

sábado, 2 de agosto de 2025

46% DOS BRASILEIROS NÃO DIFERENCIAM TRAIDORES DA PÁTRIA DE PATRIOTAS

Excluídos os ditadores que usaram a faixa presidencial mas foram empossados pelas tropas e não pelos eleitores, o Brasil jamais teve presidente da República pior nem mais nocivo para os governados do que Jair Bolsonaro.

Insisto em considerá-lo uma miniatura do Adolf Hitler, só se diferenciando do führer nazista pela escala do morticínio que causou: algo entre 350 mil e 400 mil brasileiros foram vítimas fatais da pandemia de covid graças à sua sabotagem alucinada da vacinação, pois sob um presidente mentalmente equilibrado se salvariam, segundo concluíram instituições do mundo civilizado cuja credibilidade é incontestável.

O que equivale a dizer que Bolsonaro é o maior exterminador de brasileiros de todos os tempos.

Mesmo assim, o levantamento do DataFolha divulgado neste sábado (2) aponta que só 48% dos brasileiros são capazes de ter a única posição aceitável face a tal abominação, ou seja, querem vê-lo preso; e 46% não passam de gado tangido pelos berrantes da desumanidade e da barbárie, a ponto de preferirem vê-lo solto para continuar defendendo os privilegiados e desgraçando os coitadezas. 

E isto no momento em que ele e seu clã chegam ao fundo do poço em termos morais, mancomunados que estão com um governo estrangeiro que tenta passar como um trator sobre a soberania brasileira, recorrendo à mais vil chantagem para impor-nos seus caprichos.

Então, somos obrigados a constatar que 46% dos brasileiros não sabem sequer que traidores da pátria são o contrário de patriotas.

Trata-se de um
como queríamos demonstrar que chega seis dias depois do mais doloroso e importante artigo que escrevi na vida, Melancólica conclusão: a democracia não sobrevive à agonia do capitalismo.

Curvando-me à evidência dos fatos, admiti que o capitalismo, ora em estado terminal, levará de roldão a democracia burguesa: 
"...a minoria de privilegiados já não conta apenas com a força bruta para sufocar os anseios da maioria de explorados. Eventualmente ainda recorre a golpes de estado (...), mas consegue também conquistar maioria no Executivo e no Legislativo pelo voto popular, mesmo quando prega ostensivamente mentiras cabeludas e desumanidade extremada. 
Uma coisa é certa: a democracia já não nos serve mais como trincheira, pois é cada vez maior a facilidade com que o inimigo ocupa tal bastião".
E a pergunta que lancei em seguida continua em pé, sendo o que realmente resta discutirmos neste momento:
como revertermos a nova barbárie ultradireitista? 

Se não encontrarmos a resposta correta, estaremos nos condenando a mais mil anos de retrocesso civilizatório, como o ocorrido após a queda do Império Romano.

Isto, claro, se a nossa espécie não for extinta pelas alterações climáticas e caos econômico que nos golpearão com força total a partir da segunda metade deste século. (por Celso Lungaretti

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

COMO IDENTIFICAR UM ULTRADIREITISTA? EIS A PROVA DOS NOVE: POR IMBECILIDADE OU MÁ FÉ, ELE MENTE QUAL UM DEMENTE...


Quando Jair Bolsonaro se tornou presidente da República em 2018 mediante a campanha eleitoral mais mentirosa de todos os tempos, os brasileiros que conservam o espírito crítico e ainda utilizam talheres em vez de agarrar a comida com as patas acostumaram-se a identificar instantaneamente as mensagens ultradireitistas com fake news, acertando em 99,9% dos casos.

Mas há uma distinção importante que deixam de fazer ao simplesmente deletarem tais besteiróis tão logo constatam que são meras falácias, passando então a ocuparem-se de coisas sérias: a entre os absurdos nos quais os pascácios acreditam piamente e aqueles que os responsáveis pelas lavagens cerebrais sabem muito bem que não passam de papo furado e mesmo assim utilizam para engambelar os otários, apostando em que os ditos cujos jamais perceberão o logro.

Nos últimos tempos a segunda modalidade está de novo preponderando de forma avassaladora, fazendo lembrar a fase em que brasileiros morriam como moscas porque canalhas os levavam a crer que cloroquina servia como vacina contra a covid 19.
Bolsonaristas tinham motivos suspeitos para quererem
a volta daquela relíquia do Império, o Poder Moderador

E iam pastar em plena avenida Paulista, mugindo em uníssono que o artigo 142 da Constituição Federal autorizaria as Forças Armadas a atuarem como Poder Moderadoralgo que só existiu durante o Império, entre 1824 e 1889.

A credulidade dos bolsonaristas era tamanha que a Câmara Federal divulgou um parecer qualificando de fraude tal interpretação:
Não existe país democrático do mundo em que o Direito tenha deixado às Forças Armadas a função de mediar conflitos entre os Poderes constitucionais ou de dar a última palavra sobre o significado do texto constitucional".
Mas, como não ilustrou o parecer com figurinhas, os destinatários não entenderam bulhufas.

Pura má fé é a totalidade da chantagem tarifária de Trump, juntando às pressas situações diferentes que deveriam ser analisadas uma a uma... isto, obviamente, se não passavam de um tosco pretexto para impor arbitrariedades  e tentar reverter no grito a decadência estadunidense. 

Não houve sequer um esforço para camuflar que o garrote econômico era uma resposta a políticas que desagradavam à Casa Branca. Pelo contrário, na pressão alucinada contra o Judiciário brasileiro, o maluco que parece se ver como um soberano absolutista em pleno século 21 afirmou taxativamente que o seu objetivo era fazer cessar uma suposta caça às bruxas contra o golpista e genocida Jair Bolsonaro.
Trump só estava certo num ponto: os crimes de Bolsonaro, principalmente a sabotagem vacinal durante a pandemia, só teria um castigo à altura se houvesse uma caça às bruxas de verdade. 

Quem causou a morte de centenas de milhares de governados que, em países civilizados, decerto teriam sobrevivido à praga, merece muito mais do que prisão domiciliar ou tratamento nababesco em algum presídio preparado para receber notáveis. 

Jair Bolsonaro não é mesmo digno de ter Alexandre de Moraes como relator dos seus processos. Seria preciso um Torquemada redivivo para dar-lhe a justiça à qual fez jus. 

A má fé trumpiana, por sua vez, atingiu o ápice quando ele recorreu à Lei Magnitsky para uma finalidade que lhe é totalmente estranha.  A atuação dos ministros do STF em nenhum momento se caracterizou como extremista ou ditatorial. Tentar fazer Alexandre de Moraes ser visto como um juizeco qualquer que se haja prostrado a Adolf Hitler só serviu para meio mundo perceber o quanto Trump, ele sim, tem em comum com o execrado führer (vide aqui).

E a imbecilidade?  Para não alongar-me em demasia, apontarei apenas dois exemplos, começando pela ingenuidade inacreditável do bananinha ao relatar seus esforços para convencer um governo estrangeiro a tratar o Brasil e o povo brasileiro a pontapés. 

Deslumbrado com a influência que pensa ter exercido, em momento algum percebe que suas ações o levaram a ser unanimemente visto como um traidor da pátria, não só arruinando todas as suas pretensões políticas como desgraçando o próprio pai, que ficou sem chance nenhuma de evitar as condenações iminentes. 

Quanto à rainha do gatilho Carla Zambelli, além de haver conseguido a proeza de, em apenas três anos e meio, haver passado de segunda deputada mais votada do País a condenada a 10 anos de prisão cuja pena deverá ser aumentada em função de novos crimes, fala pelos cotovelos... bobagens e mais bobagens.

Supõe que de alguma forma ainda possa influenciar o curso dos acontecimentos, escolhendo a Itália como país onde mofará na prisão, quando a caçapa mais cantada deste momento é a que bem pouco demorará para ela voltar, extraditada, ao Brasil. 

E deita falação desinformada sobre dupla cidadania, ignorando que nesses casos a sentença é cumprida no país em que sua nacionalidade é prevalecente, ou seja, o Brasil.

Ou ela supõe que haja redução da pena para bobo da corte que use saia, ou deveria mudar imediatamente sua linha de defesa para portadora de transtornos mentais. Nem o próprio Bolsonaro tem tamanha tendência a dar tiros no pé cada vez que abre a boca.. (por Celso Lungaretti)  

quinta-feira, 31 de julho de 2025

TIRO PELA CULATRA: CHANTAGEM DO TRUMP FAZ TODOS OS MINISTROS DO STF APOIAREM O ALEXANDRE DE MORAES

E
m razão das sanções aplicadas ao ministro Alexandre de Moraes, um dos seus integrantes, o Supremo Tribunal Federal vem se pronunciar na forma abaixo:
1. O julgamento de crimes que implicam atentado grave à democracia brasileira é de exclusiva competência da Justiça do país, no exercício independente do seu papel constitucional.
2. Encontra-se em curso, perante o Tribunal, ação penal em que o procurador-geral da República imputou a um conjunto de pessoas, inclusive a um ex-presidente da República, uma série de crimes, entre eles, o de golpe de Estado.
3
. No âmbito da investigação, foram encontrados indícios graves da prática dos referidos crimes, inclusive de um plano que previa o assassinato de autoridades públicas.
4. Todas as decisões tomadas pelo relator do processo foram confirmadas pelo colegiado competente.
5. O Supremo Tribunal Federal não se desviará do seu papel de cumprir a Constituição e as leis do país, que asseguram a todos os envolvidos o devido processo legal e um julgamento justo.
6. O Tribunal manifesta solidariedade ao Alexandre de Moraes.
Brasília, 30 de julho de 2025.
Yes, nós temos bananas. E também bananinhas... podres!

quarta-feira, 30 de julho de 2025

FAZ SENTIDO O BANANINHA ESTAR SE COMPORTANDO COMO UMA EMINÊNCIA PARDA DO GOVERNO ESTADUNIDENSE...

...POIS, NO ATUAL ESTÁGIO AGÔNICO DO CAPITALISMO, OS PAPÉIS SE INVERTERAM E SÃO OS EUA  QUE AGORA SE AVACALHAM A OLHOS VISTOS. 

SUPERADOS SEM DÓ PELA CHINA NA BATALHA PELA DIANTEIRA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA, APELAM PARA BLEFES RISÍVEIS, NTIMIDAÇÕES MAFIOSAS E RUGIDOS DE TIGRES DE PAPEL. 

PARA PIORAR, JUSTIFICAM-SE COM MENTIRAS TÃO PRIMÁRIAS QUE INSULTAM A INTELIGÊNCIA DE QUALQUER CIDADÃO MINIMAMENTE INFORMADO.

Celso Lungaretti
ESTÃO REDUZIDOS EMBLEMATICAMENTE A UMA REPÚBLICA DAS BANANAS. E NÃO TARDARÁ PARA QUE O SEJAM EM TODOS OS SENTIDOS. 

QUEM VIVER, VERÁ!.

"Hey mister, quer fazer besteira, jogar capoeira,
quer cair no chão? Vai sujar o terno, mister..."

ASSISTA AO FILME DE SERGIO LEONE QUE LANÇOU O WESTERN ITALIANO: "POR UM PUNHADO DE DÓLARES"

O western italiano surgiu em 1964, meio por acaso. 

A indústria cinematográfica daquele país conseguira nos anos anteriores faturar uma boa grana com filmes épicos e mitológicos. Hércules, Maciste, Ursus, Golias, fundação de Roma, guerra de Tróia, etc. O filão, entretanto, estava esgotando-se e a Cinecittà saiu à cata de um novo produto.

Sergio Leone, então com 34 anos, tinha começado a carreira no neo-realismo italiano (como assistente de direção e diretor de segunda unidade), mas não conseguira alçar-se ao cargo principal. Era difícil abrir um espaço entre mestres como Vittorio De Sica, Lucchino Visconti, Pier Paolo Pasolini, Federico Fellini, Michelangelo Antonioni, etc.

Então, entre atuar eternamente à sombra dos medalhões do cinema de arte ou mostrar seu trabalho no cinema dito comercial, escolheu a segunda opção. Após dirigir os épicos Os Últimos Dias de Pompéia (1959) e O Colosso de Rodes (1961), teve a sorte de estar no lugar certo, no momento exato, para dar o pontapé inicial num novo ciclo.

Adaptou para o Oeste a história de Yojimbo (1961), um filme de Akira Kurosawa sobre samurai que açula a discórdia entre dois senhores feudais para prestar-lhes serviço alternadamente, sem que percebam seu jogo duplo. 

O que Leone fez em Por Um Punhado de Dólares (1964), basicamente, foi mudar a ambientação e colocar um pistoleiro caça-prêmios no lugar do samurai.

Comparado aos faroestes posteriores de Leone, Por um punhado de dólares é apenas um filme bonzinho, mas embrionário. 

Mesmo assim, teve inesperado sucesso praticamente no mundo inteiro, talvez por já introduzir diferenciais significativos com relação aos congêneres estadunidenses, então em franco declínio.

Tais diferenciais, criados por Leone, foram praticamente copiados pelos outros diretores italianos que correram a fazer filmes semelhantes. São os seguintes: 
— a figura do anti-herói no centro da trama;
— a amoralidade básica dos tipos e das situações;
— a apresentação criativa dos letreiros iniciais, valorizada com vários recursos, inclusive o uso de animação;
— a nova concepção musical que Morricone trouxe para os westerns; e

Os concorrentes só não puderam contar com o ator principal do filme de Leone, Clint Eastwood, que acabou compondo um dos personagens mais emblemáticos do bangue-bangue à italiana, um pistoleiro oportunista que reapareceria nos seus dois bangue-bangues seguintes, Por uns dólares a mais e Três homens em conflito.

Eastwood não havia emplacado em Hollywood quando tentaram lançá-lo como mocinho convencional, daí o terem relegado a séries de TV e a filminhos classe B e C.

Leone o convidou para ganhar um dinheirinho extra durante suas férias nos EUA porque nele percebeu um bom anti-herói. 

Compôs seu personagem (o Estranho Sem Nome) com barba rala, chapéu sobre os olhos, charuto na boca, fala arrastada e um poncho. Com isto, acabou alçando-o ao estrelato e fazendo jus à homenagem que depois Eastwood lhe prestaria, ao dedicar-lhe sua obra-prima Os Imperdoáveis (1992).

Vale para as novas gerações como curiosidade e decerto despertará boas lembranças em quem o viu no cinema ou no horário semanal que a TV Record dedicava ao gênero no século passado. (por Celso Lungaretti)   
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